A BRINCADEIRA “FORA DE HORA”: AFIRMAÇÃO, FRUIÇÃO E OS IMPASSES DA AÇÃO DE CRIANÇAS NA ESCOLA

Isa Kaplan Vieira

Resumen


Se o controle e a colocação de normas por parte dos adultos hoje não se faz sem tensões e questionamentos, a ação de crianças é parte fundamental desta tensão. Pensamos aqui em ações através de um viés que não somente o de resposta ou provocação; a ação “fora de hora” (que escapa às regras, normas e demandas ou que incomoda, foge ao esperado) é ação expressiva, criativa e afirmativa, como apontado por Winnicott (1975), não necessariamente se colocando contra algo. Como parte do desenvolvimento empírico do trabalho, foram realizadas onze oficinas em três escolas no total – duas municipais e uma privada. As oficinas convidaram as crianças a fazerem desenhos sobre o que imaginavam da situação descrita pela frase, inspirada em alguns registros de ocorrência encontrados: “os alunos fizeram gracinhas e os outros riram”. Além disso, foi feita uma de análise de registros de ocorrência referente a turmas destas séries. Os resultados mostraram que as brincadeiras em sala de aula ocupam lugar fundamental no cotidiano dos participantes, de maneira que a interação entre crianças é fundamentalmente perpassada por esta. Com a brincadeira, é possível serem co-criadoras neste espaço, re–criando o espaço da sala de aula, os objetos e as relações nesta realidade escolar. Destaca-se, aqui, também, a concepção de Winnicott de que a ação criativa necessariamente afeta o ambiente, na medida em que envolve certa expansidade. Este afetamento leva a impasses que não podem ser controlados de antemão; fazem parte da complexa trama relacional do convívio na escola de maneira a serem acompanhados e elaborados permanentemente.


Palabras clave


escola, brincadeira, ação

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DOI: https://doi.org/10.22370/ieya.2018.4.1.936

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