A lama e suas marcas: neoextrativismo e seus efeitos em um contexto de desastre

Raquel Oliveira Santos Teixeira

Resumen


Esse artigo aborda o desastre da Samarco no Rio Doce, onde uma barragem de rejeitos se rompeu causando 19 mortes. Cerca de 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos minerários foram lançados ao rio. Através da perspectiva da sociologia dos desastres e da etnografia dos encontros entre as vítimas e as instituições dedicadas à gestão da crise, o artigo discute os procedimentos institucionais e suas consequências para os moradores atingidos. Nesse campo conflitivo, a narrativa corporativa linear de evento, impactos e compensação contrasta com a experiência do desastre da perspectiva daqueles que permanecem diariamente afetados. Enquanto os procedimentos institucionais e corporativos procuram estabilizar e restringir a definição dos danos, os atingidos denunciam a severa transformação de suas vidas a partir da presença permanente da lama que ‘não sai’


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DOI: https://doi.org/10.22370/rpe.2018.5.1237